CARTA DA MÃE DE ISABELA Como começar a descrever os meus últimos dois anos? No dia 29 de março de 2008 a minha vida literalmente caiu do 6º andar de um prédio, houve um terremoto, um turbilhão de acontecimentos. Difícil de acreditar e de assimilar como tamanha crueldade possa ter acontecido. Mais um crime bárbaro passaria na televisão, só que desta vez o fato bateu na minha porta, era minha filha que havia sido brutalmente assassinada. Foi-lhe tirada a oportunidade de viver o que de tão bonito a vida poderia lhe mostrar: amigos, família, alfabetização, valores, princípios, amor ao próximo, entre tantas coisas que lhe seriam proporcionadas. Hoje infelizmente entrei para a estatística das mães que perderam seus filhos, uma lista que parecia ser distante de minha realidade. Hoje a vivo diariamente e entendo o que é sentir essa dor. Uma dor profunda, infinita, um vazio eterno, insuperável. É difícil lidar com a morte, especialmente com a morte do ser que você gerou, carregou...